O Apalpador (ou apalpabarrigas, ou pandigueiro) é um homem de barba e cabelos rubios, um gigante bonachom, que vive nas devesas das altas montanhas orientais, fazendo carvóm para escorrentar o frío, desde muito antes de que a sociedade de consumo importasse dos paises nórdicos a Mr Klaus. Nas festas de inverno, polos dias do solstício baixa até vilas e aldeias para comprovar que as crianças estam bem coidadas e alimentadas.
Vem carregado de castanhas, de alouminhos, de cultura, de umha outra forma de celebrar as festas. Ele traz presentes também, mas nom som os do artifício criado polas multinacionais, som os que fixo coas súas mans no tempo de lecer do resto do ano. Traz brinquedos artesanais, do comércio local, de materiais respeituosos com o ambiente e presentes carregados de carinho, imaginaçom e desprovidos de código de barras. Ele vem com vontade de transformar um bocado estas festas do consumo, quer devolvê-las ao povo, roubá-las as mols comerciais.
Ele traz também umha língua mágica, a nossa língua propria, motivo polo que nunca se perde a informaçom entre ele e as crianças, sem erros na traduçom. O galego vale para todo, jogar nos parques e na casa, ler no papel ou por internet, atender a vizinhança, namorar ou coidar das avós e também ir de recados, pois nas nossas tendas o idioma cria valor, gera confiança, respeito e aumenta a auto-estima de nom termos renunciado a nós proprias, nem as nossas tradiçons. Viva o Apalpador!
Aí vem o Apalpador!
Ruada 22 de dezembro às 18:30 desde os jardíns de Belas Artes.
CANTIGAS DO APALPADOR
1
Vai-te logo, meu meninho,
marcha agora pra caminha,
Que vai vir o Apalpador
a palpar-che a barriguinha.
2
Já chegou o dia grande,
dia do Nosso Senhor.
Já chegou o dia grande,
e virá o Apalpador.
3
Amanhã é dia de cachela,
que haverá grande nevarada
e há vir o Apalpador
cunha mega de castanhas.
4
Por aquela cemba
já vem relumbrando
o senhor Apalpador
para dar-vos o aguinaldo.